28.10.06
16.10.06
Devaneio poético-badalhoco em Si Bemol (allegro ma non troppo)
Triste sina de João Fodedor,
Grelo achava, faltava o amor.
Em dia sereno de sol arrojado
Conheceu morena de noivo marcado.
‘Boa tarde, menina,’ disse o rapaz,
‘Sou trabalhador, esforçado e capaz,
Queira a menina colega de folia
E em mim terá quem bem foderia.”
Detrás de uma moita saltou-lhe outra voz
De garganta barbuda e timbre atroz,
‘Pois se queres foder onde não tens direito,
Anda cá, meu sacana, e eu já te ajeito.’
Pobre João, de viso enjeitado,
Arriscou a sorte, acabou capado.
E se agora em foda se fala,
Dá um suspiro e diz para a sala:
‘Fodedor já fui em tempo contado,
Escolhi passarinha em ninho furtado,
Agora estou como aqui se vê,
Quero foder e não tenho com quê.”